texto: Made in Guarda
SURF É MINHA CALMA — ENTREVISTA, RAFAELA COELHO
O dia 8 de março representa a resistência e a luta por direitos das mulheres, incluindo o seu espaço no surf — uma história que desde a década de 30, de acordo com os registros, vem sendo contada e construída por elas.
Inclusive, o surf é hoje um dos poucos esportes que possui incentivo financeiro igualitário em suas premiações, incluindo o WSL. Uma conquista que só ocorreu em 2019. Isto porque algumas mulheres nunca pararam de remar em busca das melhores ondas.
Isabel Letham ficou conhecida como a primeira mulher a ficar em pé numa prancha de surf. Embora ela mesma desconfiasse desta versão da história, seu nome abriu espaço para que outras mulheres pudessem praticar o esporte.
Margo Oberg venceu sua primeira competição aos 11 anos, conquistou seu primeiro título mundial aos 15 e se tornou a primeira surfista profissional feminina em 1975.
Margo Oberg, fotos via google
Lisa Andersen foi quatro vezes campeã mundial. Uma das surfistas mais influentes dos anos 1990, contribuindo para a popularização do surf feminino. Sofia Mulanovich, foi a primeira peruana a vencer uma etapa da Liga Mundial de Surfe, e a primeira sul-americana campeã mundial de surf, em 2004 — uma figura importante no cenário internacional.
Margot Rittscher, norte americana naturalizada brasileira, que morava no litoral paulista, marcou a história do surf feminino no Brasil. Assim como Brigitte Mayer — a primeira surfista profissional do país, entre os anos 80 e 90. Conquistou o seu pódio como campeã brasileira aos 30 anos e competiu até os 40.
A manezinha da Ilha, Jacqueline Silva venceu etapas do circuito de elite e também foi bicampeã do WQS, em 2001 e 2007. Hoje, é uma grande incentivadora do surf feminino em Florianópolis.
Esses são alguns dos nomes que contribuíram para a história do surf feminino no Brasil e no mundo, e que inspiraram tantas outras mulheres a surfar. Mas, às vezes, o maior incentivo está mais perto de nós do que imaginamos.
Para Rafaela Coelho, freesurfer da Guarda do Embaú, Santa Catarina, e embaixadora MIG SOUL — que teve a mãe como fonte de inspiração no começo da sua independência no surf — o melhor conselho que ela pode dar para meninas e mulheres que desejam iniciar a prática do esporte é que é preciso tentar, ao menos uma vez.
Confira abaixo a entrevista completa.
Costa Rica, 2023, Foto Guilherme Ferreira
1 — Rafa, conta pra gente um pouquinho da sua história com o surf. Como e quando começou essa relação?
O surf faz parte da minha vida desde muito cedo. Eu comecei a surfar por conta do incentivo do meu pai, na Guarda do Embaú, onde nasci e cresci, um lugar que nos proporciona altas ondas e natureza incrível. Meu pai me colocava no bico da prancha dele pra eu me divertir na beirinha e me conectar com as ondas e o mar. Mas foi na Costa Rica, um lugar onde meus pais já iam a muito tempo, que comecei a ter a coragem de surfar sozinha.
“Toda família comecou junto e um incentivava o outro.
Eu era a inspiração pra minha mãe
e ela minha inspiração (…)
2 — Quem te inspirou nesta trajetória?
Foi um começo muito especial porque minha mãe, minha irmã e meu irmão começaram a surfar também na Costa Rica. Toda família começou junto e um incentivava o outro. Eu era a inspiração para minha mãe e ela a minha inspiração. O surf traz uma sensação muito incrível, só da gente entrar na água e dar um mergulho já sente a alma lavada. Então imagina fazer uma onda do começo ao fim. Só surfando mesmo pra entender.
Fotos acervo da família
3 — Se você pudesse incentivar uma mulher a praticar/ investir no surf, quais palavras usaria?
Se eu pudesse dar um conselho, hoje, para as mulheres que não surfam, eu falaria para elas tentarem pelo menos uma vez porque é um esporte incrível. Estar dentro da água, conectada com a natureza, é vida. Então vão surfar sem medo. Aliás, o medo é bom, porque é preciso ter respeito pelo mar, sempre. O que a gente joga pro universo, ele devolve. Se respeitar o mar, cada surf que tu der, tu vai pegar altas ondas e sair com a cabeça feita. Tem vezes que nem pego ondas, mas só pela remada, pelo mergulho, já recarrega tudo.
4 — Como você definiria o surf na sua vida e o que almeja com ele?
Se eu pudesse definir o surf na minha vida, eu definiria como a minha calma. Quando parece que tudo está errado, eu vou surfar e volto outra pessoa. Renova minha energia. Me deixa calma, concentrada. É o esporte da minha vida. Nunca vou deixar de surfar, de remar, de ir pra praia e estar conectada. O que vier de onda perfeita e lugares incríveis que eu com certeza quero conhecer ainda, é tudo lucro. Porque a essência do surf é essa: basta ter onda, uma prancha, a praia, e tá tudo perfeito.
A história da Rafaela e de tantas outras mulheres só comprova que o surf é fonte vital. Por isso, mulheres, nunca parem de remar.
A história da Rafaela e de tantas outras mulheres só comprova que o surf é fonte vital. Por isso, mulheres, nunca parem de remar.
Fontes:
https://blog.ainabikini.com.br/tudo-sobre-o-surf-feminino
https://blog.surfmappers.com/mulheres-no-surf-uma-historia-de-amor-e-luta/
https://hardcore.com.br/8-mulheres-surfistas-f-que-voce-nao-conhece/
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